Você sabe a diferença entre durabilidade, vida útil de projeto e vida útil?

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Você sabe a diferença entre durabilidade, vida útil de projeto e vida útil?

Muitos ainda confundem as características dos termos durabilidade, vida útil de projeto e vida útil e, por isso, acabam conceituando e repassando informações equivocadas em laudos técnicos, documentos e até mesmo em processos promovidos junto ao judiciário. Diante disso, trago a seguir definições concisas e úteis para o profissional de engenharia compreender melhor essas terminologias.

Durabilidade é a capacidade de a edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo, e sob condições de uso e manutenção especificadas no manual de uso, operação e manutenção.

Já a vida útil de projeto se refere ao período estimado para o qual o sistema é projetado, a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos em norma, considerando o atendimento dos requisitos normativos para cada sistema.

Por sua vez, vida útil é comumente definida como o período de tempo real no qual a estrutura ou o componente estrutural pode cumprir sua função projetada sem custos importantes de manutenção, ou seja, deverá estar sob manutenção preventiva, mas não deverá sofrer manutenção corretiva durante esse período

Entendido que a durabilidade está relacionada ao desempenho, que a vida útil de projeto diz respeito ao tempo estimado em projeto, e que a vida útil se refere ao cumprimento efetivo, desde que sejam atendidas e realizadas as manutenções preventivas?

Cabe reforçar que, na verdade, os três conceitos se entrelaçam em diversas vertentes, ao mesmo tempo que delimitam sua abrangência. Além disso, os devem ser considerados nas diferentes etapas construtivas. Veja só:

Ao realizar um projeto, o profissional deve estudar todos os aspectos externos e internos que podem interferir de forma direta ou indireta a durabilidade, segurança, funcionalidade e manutenibilidade.

Esses parâmetros são obtidos através das diretrizes estabelecidas pelas normas técnicas em vigor, manuais técnicos dos fabricantes e literaturas. Por meio da apuração desses aspectos previamente apurados, será estabelecida a vida útil projetada e prevista para o determinado sistema.

Finalizada a etapa de projeto, a etapa executiva precisará desenvolver uma série de controles e acompanhamentos que validarão os procedimentos adotados em canteiro, de modo a atender integralmente os apontamentos de projeto.

É na etapa de obra que o controle dos materiais precisará ser rígido e confirmado por meio de ensaios complementares, garantindo, assim, a eficácia do produto.

Antes da entrega efetiva da edificação ou construção ao cliente final, a equipe de execução deverá produzir o manual de uso e operação que será a “Bíblia” para os administradores do edifício ou imóvel quanto à realização eficiente das manutenções e das periodicidades das manutenções dos sistemas que precisarão passar por revisões, assegurando a durabilidade do conjunto.

É importante que todos entendam que um sistema é um conjunto de vários materiais, em que um material empregue pode ter uma vida menor que o sistema como um todo, sendo necessária a realização da manutenção para resguardar todos os elementos.

Além disso, realizar a manutenção preventiva periódica não significa que o produto é ruim, ok?

Cada material tem um comportamento, um desempenho e componentes químicos ou naturais que implicarão na sua vida útil final que pode ser maior ou menor em relação ao sistema em sua totalidade. Ficou claro?

Então, se quisermos ter uma estrutura com um desempenho satisfatório, o “filho” deve nascer bem projetado e executado, realizando consultas e exames periódicos, como um check-up geral, que nada mais é do que a manutenção em sua essência. Seguindo esses passos certamente a durabilidade será preservada e a vida útil devidamente cumprida.