Nessa edição o papo vai exigir que você esteja muito conectado com a “força”. Vamos tratar de uma das softs skills mais importantes do mercado, principalmente em momento de pandemia. Pegue um bom copo de suco e vamos juntos nessa viagem.
Sabe quando você apesar de estudar muito não vai bem na prova? Ou quando seu esforço não é reconhecido? Você também se lembra como lidou com cada um desses desafios? Quer você tenha ficado mal-humorado no seu quarto pelo resto da semana, ou estudado mais, você se engajou no desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento para superar tempos difíceis.
Agora, no mercado de trabalho, à medida que você desenvolve sua carreira, revisitar algumas dessas experiências da escola e faculdade pode te ajudar na identificação de sua capacidade de ser resiliente.
A resiliência pode ser entendida como a capacidade de lidar com situações adversas e se recuperar mais forte.
O que começa em seus anos de formação como aprendizado social e emocional metacognitivo depois de muitos gols perdidos, joelhos esfolados e corações partidos, eventualmente determina sua força como adulto para fazer o seu caminho através de pontos cruciais na vida.
O mercado de trabalho, no entanto, é uma coisa totalmente diferente. Em um estudo de 2019 com estagiários ,75% dos entrevistados afirmaram que precisam de ajuda com problemas de saúde emocional ou mental.
Para muitos, a pandemia chegou em um momento complicado, em meio a uma nova revolução industrial e dos negócios, encontrar seu lugar entre milhares de nomes e rostos desconhecidos se tornou o sonho e objetivo da maior parte das pessoas. Isso é o suficiente para testar sua resiliência. Some-se a isso a frustração de oportunidades perdidas, da incerteza sobre o futuro e a decepção com gestores ruins… que pacote não?
Como você pode, apesar de tudo isso emergir mais forte?
Uma pesquisa de Richard Sagor sugeriu que os profissionais que entram no mercado com certos tipos de experiências sociais e emocionais positivas provavelmente serão mais resilientes do que outros, com uma perspectiva positiva sobre seus futuros. Essas experiências tendem a fazer com que as pessoas se sintam:
Mais competentes;
Criem um senso de pertencimento;
Se sintam úteis e valorizadas.
Essas experiências são muitas vezes cuidadosamente trabalhadas nas experiências diárias e se apresentam com mais frequência dentro de uma comunidade menor, como família e círculo de amigos.
No mercado de trabalho, no entanto, você pode ter certa dificuldade em achar essas oportunidades, e é por isso que você precisa tomar para si a responsabilidade de desenvolver resiliência. Entender suas próprias necessidades sociais e emocionais e mergulhar em seus próprios desafios, talvez te ajude a persistir em tempos desafiadores.
Fomentar um sentimento de competência.
Passar de horários regulamentados e programados para ter uma estrutura mais frouxa em torno do autoconhecimento requer um grau consideravelmente maior de autodisciplina. Quando entramos no mercado de trabalho percebemos que muitos gestores não são bons professores, e por conta disso você também precisa aprender a ser um pouco autodidata.
Você também pode começar a se sentir mal por acumular trabalho que ainda não sabe exatamente como fazer, existem técnicas que vão te ajudar a superar esse sentimento. Criar horários gerenciáveis, com tarefas específicas e realistas para o dia, proporciona uma oportunidade para uma sensação de realização. Use aplicativos como o Trello e Microsoft To Do para organizar prazos e seguir os horários. Tirar as coisas da sua lista vai fazer você se sentir melhor consigo mesmo.
Sinta-se útil.
Se voluntarie para ser um mentor para novos funcionários, essas iniciativas de aprendizagem cooperativa ou de serviços vão te ajudar a se sentir útil.
Em uma situação como a de hoje é natural que você esteja questionando seu papel e propósito.
Como você pode entender a crise? Onde você pode contribuir? Em outras palavras, você ainda pode ser útil?
Há muita coisa que precisa ser feita, e você deve participar sempre que possível. Você pode se propor a ajudar pessoas da empresa que tenham menos facilidade e/ou conhecimento com tecnologia para que elas estejam adaptadas as vídeo conferências, pode propor criar um canal interno de apoio mútuo durante a pandemia, por exemplo.
Retomar o controle das coisas que puder.
A vida muda muito quando ingressamos no mercado de trabalho, mudamos de emprego ou somos promovidos. Muitas vezes, caímos na armadilha da ansiedade por não trabalhar com o que gostaríamos, o que leva a uma espiral de inação que leva a mais ansiedade. Desenvolver urgência é fundamental para o seu processo de tomada de decisão, e para evitar que se sinta sobrecarregado e “preso”.
É importante, portanto, assumir o controle das coisas que você pode controlar. Você pode fazer isso seguindo dois passos simples – controlar estímulos e controlar suas respostas. Esteja ciente do que você deixa entrar — Séries, jogos online, posts nas redes sociais. Permita-se algum espaço e tempo para espairecer sua mente e religiosamente construir um tempo para refletir e analisar em seu dia.
Acima de tudo, é importante pensar em si mesmo como um aprendiz neste momento. Embora estes sejam tempos sombrios, eles também lhe deram a oportunidade de se conhecer melhor, para se conectar com a forma como você experimenta o mundo ao seu redor. Então fique calmo e aprenda.
Para coisas que você não pode controlar, reconheça que você tem a capacidade de escolher como interpretá-las ou enquadrá-las.
Entenda as causas da raiz
Aproveite para refletir sobre seu contexto pessoal, bem como o contexto empresarial e global maior para entender melhor as causas básicas e possíveis maneiras de aliviar e evitar o estresse futuro.
Por exemplo, você cresceu em uma família onde a discordância ou conflito foi evitado? Se assim for, é provável que exacerba seu desconforto e estresse quando surgem situações de confronto.
Esteja ciente de seus hábitos e respostas instintivas e possivelmente busque apoio adicional para construir habilidades para navegar mais confortavelmente em conflitos.
Muito do que ocorre globalmente, seja econômico, político, social ou ambiental, também impacta nossa perspectiva. Pergunte a si mesmo:
“Eu, minha equipe, ou meu negócio estamos sob pressão de uma tendência maior que também está afetando outros na minha indústria ou na minha comunidade? Se assim for, precisamos adaptar planos e expectativas? Existem outros que dão bons exemplos do que funciona nesse novo contexto ou como transformar isso em uma oportunidade?”
Vincular o aprendizado com a ação
Podemos escolher ver circunstâncias difíceis como oportunidades de aprendizado e não como um tempo para fechar. Quando perguntamos: “O que posso aprender com isso?” em vez de “Porque eu?” podemos moldar o desafio a nosso favor.
Comece anotando três maneiras possíveis em que você pode ser capaz de aprender algo com o estresse que você está experimentando. Pode ser algo relacionado à identificação ou gerenciamento de suas emoções, ou novas habilidades interpessoais ou técnicas. Refletir dessa forma ajudará você a evitar ir atrás de correções ou “opções” que podem aliviar temporariamente seu desconforto, mas não abordar as causas básicas.
A análise por si só não é suficiente. Pesquisadores apontam que a análise sem ação leva à ruminação e ansiedade. Ao identificar ações que você pode tomar, você poderá experimentar soluções e novos comportamentos e descobrir maneiras produtivas de lidar com desafios e estresse.
Ao fazer escolhas conscientes que nos ajudem a construir essas habilidades, estaremos melhor equipados para transformar nosso estresse e desafios em oportunidades.
Com uma resiliência interna mais forte, podemos então ser proativos e intencionais sobre como usamos a tecnologia e outras ferramentas externas para melhorar a qualidade de nossas vidas e nosso trabalho e encontrar soluções para as pressões empresariais, sociais e globais que enfrentamos.
Quando se trata de lidar com o estresse, comece por si mesmo: somos nosso recurso mais eficaz e poderoso.
Que a força esteja com você!!!