Recordar também é viver

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Recordar também é viver

Você, amigo leitor, já deve ter ouvido em algum lugar que o nosso presente foi construído no passado e que, no momento, estamos construindo o nosso futuro, se bem que se considerarmos a Lei da Relatividade, o tempo que vivemos neste planeta é praticamente nada quando comparado com o tempo do Universo. Assim, passado, presente e futuro podem coexistir, dependendo da ótica que se enxerga.

Mas, claro, antes que me pergunte, este introito não tem nada a ver com o editorial desta edição. Na verdade, estou recordando de um texto de alguns anos atrás, porém muito atual, principalmente pelas “porradas” que levamos de nossos governantes. Então, se você quiser aprender a sobreviver a isto, acompanhe:

A arte de levar “porrada”

Não, meu amigo leitor, não estou treinando boxe e nem nada disto. Apenas estou transcrevendo algumas considerações que, enquanto terapeuta, tive a oportunidade de observar.

Regularmente, os que me procuram, o fazem por indicação de algum colega, e depois de já terem passado por alguma terapia sem, contudo, obterem o resultado esperado. Na sessão de anamnese (primeira consulta), já posso constatar uma certa semelhança nos problemas que me trazem, e todos de uma extrema ordem de grandeza, para cada paciente.

Pois bem, aqui começam minhas anotações, as quais, espero, possam ser de utilidade para você, também.

Embora com cunho semelhante, cada paciente acha que o seu problema é o maior do mundo, e de fato para ele é. O engraçado é que, após umas poucas sessões, estes “grandes” problemas passam a significar praticamente nada, ou apenas uma experiência de vida.

Você deve estar se questionando qual a “mágica” empregada, se é que autoconhecimento pode ser chamado de mágica. A palavra-chave chama-se “reconsideração” ou “ressignificação” e está diretamente ligada a outra palavra, chamada “atitude”.

Em outras palavras, o tamanho de um determinado problema está na ordem direta da atitude que você toma em relação a ele. Assim, um “probleminha” para mim, pode ser um “problemão” para você e vice-versa.

Pare um pouco para pensar e pergunte-se qual é o tamanho do problema que lhe aflige neste momento; depois, imagine-se flutuando como se fosse um “fantasminha”, indo em direção às estrelas.

Muito bem. Agora, já no meio de nossa Via-Láctea procure enxergar a Terra, e você verá apenas mais um pequeno ponto brilhante, no meio da imensidão do universo; agora, olhando para este ponto luminoso, procure por você e por seus problemas. Que tal? Tem o mesmo tamanho de antes?

Este foi um exemplo típico de uma técnica de ressignificação e é evidente que existem outras técnicas; contudo, todas nos levam ao autoconhecimento.

– Mas, Claudinei, ainda não sei onde entram as “porradas”.

– Bem lembrado, com certeza você já ouviu falar em “resiliência”, que é a propriedade física de um material voltar às suas formas originais, após sofrerem um determinado esforço.

Qual é mais resiliente: o eucalipto ou o bambu? Pois, basta deixar os dois em um vendaval: o eucalipto pode quebrar e já era, enquanto que o bambu apenas enverga. Está claro isto?

Então, aqui está a sua resposta. Quanto mais aprendermos a ressignificar os nossos problemas, mais resilientes nos tornamos o que, psicologicamente, significa aprender a lidar com os percalços que a vida nos impõe, ou seja, ser pós-graduado na arte de “levar porradas”.

Um forte abraço e faça como nós. Aproveite cada dia de sua vida e não permita que qualquer idiotice possa estragá-lo.