Muitos síndicos e gestores nos perguntam, quando se deve pensar em modernizar o elevador? Ou se existe alguma maneira de analisar e saber se chegou o momento de trocar o elevador.
Pois bem, existem algumas formas de analisarmos a vida útil de um elevador, de modo geral podemos dizer que um aumento no número de chamados e trocas de peças pode ser um sinal a ser analisado. Mas separamos um método muito utilizado na engenharia de manutenção, a “Bathtub Curve” (Curva da Banheira) também conhecida como curva “S”. É um método estatístico para análise de falhas de um ativo.
Trazendo para uma explicação menos formal e técnica, esse método consegue definir a durabilidade de um equipamento.
Com isso, trouxemos esse pequeno artigo para compartilhar a utilização dessa ferramenta na área que tanto amamos e trabalhamos há mais de 10 anos.
Segundo alguns especialistas e engenheiros da área de transportes verticais, um elevador tem que ser modernizado a cada 20 anos em média, pois, começa a ter inúmeros gastos em relação a manutenibilidade do equipamento. Para entender melhor, explicaremos cada fase da curva da banheira e como ela se correlaciona com o elevador.
A curva da banheira, é dividida em três fases enumeradas na imagem a seguir:
- Mortalidade infantil;
- Vida útil;
- Envelhecimento ou desgaste;
Elas estão relacionadas a taxa de falhas (failure rate) que está no lado esquerdo/vertical da imagem e pelo tempo (time) que está abaixo na horizontal.
CURVA DA BANHEIRA DE UM ELEVADOR
- Mortalidade infantil: esse é o período da instalação de um elevador novo, onde sempre ocorrem falhas prematuras, originadas por algum problema no processo que pode decorrer por defeitos de fabricação ou problemas de instalação. É bem comum nessa fase inicial se você teve ou tem um apartamento recém-entregue, que o elevador apresente alguma falha independente de modelo e fabricante.
Por experiência própria, essas falhas vão diminuindo em um período curto de tempo, desde que o elevador tenha sido montado corretamente, e se as manutenções estão sendo realizadas conforme as orientações do fabricante.
O elevador apresenta uma taxa muito elevada de falhas durante os 3 primeiros meses. Nos meses seguintes essa taxa diminui, e então entra na segunda fase.
- Vida útil: a segunda fase é o principal período de funcionamento do elevador, o equipamento ficará nessa etapa por anos, tende-se a estabilizar a taxa de falhas, apesar do gráfico mostrar uma linha reta nesse período, as falhas ocorrerão. O que definirá essa estabilidade são as manutenções periódicas que devem ser seguidas com extrema qualidade.
Com o passar dos anos, as peças do elevador podem se tornar obsoletas e o custo poderá ser elevado, conforme o equipamento vai envelhecendo, a taxa de falhas começa a crescer entrando então na terceira e última fase.
- Envelhecimento ou desgaste: a última fase do elevador na curva da banheira, começa em média após 15 anos de uso. Nessa fase o equipamento começa a apresentar uma taxa elevada de falhas, uma peça que não é trocada acaba comprometendo outra, trazendo uma verdadeira dor de cabeça para o condomínio. Nesse período é o momento final da vida útil do elevador. Então, é fundamental analisar os custos para tomar a decisão correta, seja da troca parcial ou total do equipamento.
Na área de elevadores essas trocas são chamadas de modernização total ou modernização parcial.
O correto funcionamento do elevador começa desde a instalação, nessa etapa é fundamental escolher bem o elevador que será comprado, porque é nessa hora que será definido qual a confiabilidade e durabilidade que o equipamento terá.
Existem elevadores bem instalados, conservados e com manutenção de qualidade que funcionam perfeitamente há mais de 25 anos, como também possuem elevadores com 10 anos de funcionamento que já estão na de envelhecimento precoce.
Lembre-se sempre que você pode contar com o auxílio de Engenheiros especializados na área de elevadores, existem diversas empresas no segmento. Já escrevemos sobre isso em outro momento aqui na revista, mas é sempre bom lembrar. O auxílio de profissionais independentes das empresas mantenedoras e instaladoras pode ajudar a controlar os custos, bem como auxilia-los em qual é o “próximo andar”.