Para-raios atrai raios?

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Para-raios atrai raios?

Quando iniciei os trabalhos de alertar sobre as instalações, isso em 2017, ao pesquisar o Google, eram aproximadamente 30 empresas que apareciam na capital e região metropolitana de São Paulo.

Hoje, eu prefiro nem fazer mais esta pesquisa, ela cansa, nos “revolta” e faz entender que todo mundo quer ganhar um espaço, aliás, todos temos um lugar ao sol, mas neste caso, nem todos tem a capacidade de entrar numa seara tão importante e que exige responsabilidade.

O que é sistema de para-raios?

Formado por mastros em pontos específicos e gaiolas de Faraday ao longo do perímetro, ambos detalhados em projeto e gerenciamento de risco, este sistema visa proteger estruturas e pessoas dentro da estrutura.

Além disso, subsistemas de descidas são feitos para conduzir a descarga à terra, assim como, um sistema de aterramento bem elaborado e reforçado, para que suporte toda esta “pancada”.

O sistema foi criado por Benjamin Franklin e, diferente do que muitos falam, não apenas o captor Franklin recebe esta descarga, mas qualquer material metálico no topo de uma edificação, como: antenas, tampas metálicas, torres, ferragens expostas do prédio, entre outros.

Por isso a importância de um projeto bem elaborado.

Mito 1: Estou no calçadão da praia, do outro lado existem prédios; logo, estou protegido dos raios?

R: Não

O sistema protege apenas um determinado ângulo, portanto, achar que está protegido durante a caminhada diária no calçadão da praia, no clube ou no campo, é o mesmo que acreditar que o Papai Noel desce pela chaminé e coloca o “presentinho” na meia.

Mito 2: Eu preciso de um sistema para atrair os raios?

R: Não

Como já comentado em diversas publicações e artigos, o sistema visa proteger apenas a estrutura, não capta o raio e muito menos o inibe, mesmo assim, têm diversas pessoas pensando o contrário, e como já comprovado por pesquisas, este ainda é o sistema mais confiável, desde que projetados por profissionais habilitados e executados por instaladores capacitados.

Mito 3: Temos normas, mas também posso usar as normas de outros países?

R: Não

O Código de Defesa do Consumidor fala com muita clareza sobre este assunto. Devemos utilizar as normas nacionais.

Mito 4: “Fulano me disse que para-raios é fácil, qualquer um pode instalar?

R: Não

Não é porque eu sei apertar um parafuso, que posso apertar o parafuso do meu carro, o torque tem que ser preciso, caso contrário, eu posso espanar e precisar de um reparo que demandará tempo e dinheiro.

Quem já comprou móveis e montou em casa, sabe que tem toda uma técnica para não danificar o produto; eu mesmo, quando comprei meu primeiro móvel “Compre e monte você mesmo”, tive que ir à loja e adquirir uma nova peça, pois a anterior já não serviria mais, por sorte foi apenas uma prateleira.

No sistema de para-raios, a instalação precisa ser executada por profissionais com grande vivência no setor.

Vale lembrar que Norma não é Manual de instalações, mas sim, recomendações e exigências mínimas a serem atendidas. Há cursos específicos onde se aprende como identificar cada produto, se o material é compatível com outro tipo que também será usado na obra, os parafusos, suportes, espaçamentos, as divisões da PDA, entre outros.

Mito 5: Existem empresas idôneas no mercado?

R: Sim

Ainda bem, pois há uma parcela grande de profissionais preocupados com a segurança da sociedade, porém, a concorrência tem sido desleal, visto inúmeros fatores que levam aproveitadores a colocar produtos de baixa qualidade no mercado, como:

a) cabos de cobre com seção/bitola inferior ao exigido, exemplo: malha de aterramento com cabo 50mm², com 7 fios, ele instala com 50mm², 19 fios, mas o erro está além disso, mas este último, é mais barato, mas não seguro;

b) hastes de aterramento de baixa camada, onde no mercado chega a custar R$ 15,00, mas o exigido são os de alta camada, que custam mais de R$ 100,00;

c) profissionais não registrados, sem segurança;

d) sem engenheiro responsável, apenas um “ASSINANTE” de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica;

e) empresas que até no vídeo de propaganda falam bobagens, mas investiram pesado no marketing e acabam levando uma boa parte da clientela.

Podemos colocar muitos mais exemplos, mas o artigo ficaria longo e eu quis apenas detalhar alguns dos principais assuntos.