Um edifício considerado “doente” pelo ar interno que possui não é mais aquele em que as pessoas pegam uma gripe de vez em quando. Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, o debate sobre a qualidade do ar interior se intensificou. Antes, apenas os setores de saúde tinham cuidado maior com o tema.
As tecnologias para manter a qualidade do ar já existem há algum tempo, mas víamos maior utilização em hospitais e alguns setores da indústria. A partir de agora, a tendência é que tecnologias eficientes para inativação de vírus e bactérias sejam implementadas em maior volume.
Tecnologias efetivas contra a presença de vírus e bactérias
A utilização de lâmpadas UV é comprovadamente eficaz para inativação de vírus e bactérias em superfícies.
As lâmpadas UV emitem radiação eletromagnética de comprimento de onda de 254 nanômetros, chamada UV-C. Dado o tempo e dosagem suficientes, esta radiação também pode inativar vírus e bactérias no fluxo de ar. Porém, para sistemas existentes, sua aplicação mais eficiente é na garantia da desinfecção dos equipamentos de climatização”.
Outra tecnologia interessante associada a lâmpadas UV são os purificadores de ar fotocatalíticos.
“As lâmpadas UV atuam sobre uma superfície que tem algum tipo de metal que chamamos de catalisador. A interface do ar com o catalisador começará a produzir substâncias chamadas de hidroxilas, o radical OH.
Com a devida combinação de catalizadores, as hidroxilas são convertidas a peróxido de hidrogênio, que é um gás amigável, porém altamente oxidante. Este fenômeno ocorre todos os dias, quando a luz do sol incide no solo. É exatamente como a natureza faz para realizar a limpeza do ar.
O peróxido de hidrogênio reage com a membrana de microrganismos como vírus e bactérias e os anulam. O processo fotocatalítico é também eficaz em reduzir odores. Esses radicais reagem com compostos orgânicos voláteis. O peróxido de hidrogênio gerado é dispersado pelo ambiente, eliminando os contaminantes no próprio ambiente climatizado.
Ao instalador de lâmpadas UV tome cuidado, pois é uma radiação perigosa para os olhos e pele. É importante destacar que o profissional que vai instalar precisa estar devidamente protegido com Equipamento de Proteção Individual (EPI). As lâmpadas têm o potencial de deteriorar o plástico e, por isso, a aplicação é apenas recomendada em centrais de tratamento de ar de ambientes com maior proporção, que tenham apenas superfícies metálicas.
A importância da aplicação
O tipo de ambiente, como ele é ocupado, se há dutos ou não, irá determinar o que poderá ser instalado naquele espaço. Falar na redução da presença do coronavírus propriamente ainda é cedo, pois os estudos estão em andamento. Mas é certo que essas tecnologias e técnicas de aplicação contribuem para um ambiente menos propício para este tipo de vírus. Quanto mais tecnologias associadas, melhor. Filtragens mais finas, maiores taxas de vazão do ar externo, dessa forma, a concentração de vírus no ambiente ocupado diminui. A RGF Environmental, parceira da Trane, já possui documentação que comprova a eficácia de seus sistemas na diminuição da concentração de coronavírus no ambiente.
Normativas para obtenção da QAI
As normativas e recomendações da Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar-Condicionado (ASHRAE) e da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) contribuíram diretamente para a melhora da qualidade do ar interior nos últimos anos. Os documentos informam, por exemplo, quantas renovações de ar são recomendadas e orientam a desativar temporariamente as tecnologias que são voltadas para economia de energia, mas que reduzem a taxa de ar externo. Instruções que devem ser feitas para mitigar os problemas e retomada das atividades na época de pandemia da Covid-19. Essa comunicação ajuda a reduzir os problemas de informações falsas, como a de desligar aparelhos de ar-condicionado, ligar ventiladores, tudo isso com a intenção de diminuir a transmissibilidade de vírus e doenças, mas sem a menor base teórica.