OS HERÓIS ANONIMOS DA PANDEMIA

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OS HERÓIS ANONIMOS DA PANDEMIA

Quem são as pessoas que trabalham nos bastidores dos hospitais

No decorrer do último ano a Pandemia da Covid-19 tem tomado as principais manchetes dos jornais e alterado significativamente nossas rotinas, sejam pessoais ou profissionais.

Voltamos nossa atenção a prevenção, aos tratamentos e monitoramos diariamente a ocupação dos hospitais, principalmente das UTIs, onde está o gargalo de leitos para tratamento, tanto no sistema público como privado.

Neste período, também valorizamos, reconhecemos e manifestamos nossos agradecimentos aos médicos, enfermeiros e todo o pessoal da linha de frente dos hospitais, postos de saúdes e outros estabelecimentos assistenciais de saúde. Merecidamente, já que são eles que têm se desdobrado, passado horas a fio trabalhando sem descanso para cuidar da nossa gente e muitas vezes, ficam isolados sem ver suas famílias devido ao risco de contágio.

Porém, aqui, quero também fazer menção a outros profissionais que conheço e reconheço seus esforços, importância e contribuições para dar suporte ao pessoal da linha de frente: os profissionais da engenharia clínica e de manutenção.

Sem eles, certamente, o colapso do sistema de saúde seria certo. Afinal, são essas pessoas que garantem a operacionalidade da estrutura hospitalar e clínica, responsabilizando-se pelo perfeito funcionamento dos equipamentos médicos, dos sistemas elétricos, abastecimento de água e de gases medicinais, tão relevantes e imprescindíveis para o tratamento da Covid.

Como sabemos, há alta taxa de transmissibilidade da Covid, principalmente com as novas variantes, que chegam a ter uma carga viral até dez vezes maior em relação as mutações anteriores, conforme pesquisa conduzida pela Fiocruz.

Estas variações têm conduzido o pessoal de manutenção a rever diversos conceitos que, até então, eram aplicáveis e compatíveis com a operação dos hospitais. Por exemplo, a troca de filtros de ar e manutenção dos sistemas de ar-condicionado, ventilação e exaustão, que atendiam critérios pré-estabelecidos passou a ser mais intensa e criteriosa, independentemente do que a norma aplicável diz, já que é muito importante garantir a qualidade do ar nos ambientes para reduzir as taxas de contágio.

A manutenção do sistema de gases medicinais passou a ser monitorada, testada e regulada com uma frequência além daquelas previstas, pois uma pequena falha pode comprometer a saúde dos pacientes acometidos pela Covid. A troca de acessórios dos equipamentos clínicos, que têm vida útil de acordo com sua utilização, chega a ser até cinco vezes maior, dependendo da quantidade de exames feitos.

À primeira vista, as consequências destes esforços podem ser a sobrecarga de trabalho, exaustão e riscos aos quais estes profissionais de manutenção estão expostos, considerando que grande parte das áreas acessadas exclusivamente por eles são altamente contaminantes.

Por outro lado, o que mais gosto de destacar é o entusiasmo com que estes profissionais trabalham em prol das outras pessoas. Todos eles sabem (ou deveriam saber), que suas contribuições são mandatórias para a recuperação dos pacientes e suas atividades são extremamente críticas e relevantes. Já imaginou se há uma falha nos geradores quando falta energia da concessionária, por exemplo? Essa inconsistência acarretaria em complicações para todos os pacientes do hospital.

Além do entusiasmo e do comprometimento, tem me saltado aos olhos a criatividade destes profissionais. Normalmente, as manutenções, que são norteadas principalmente por normas técnicas, manuais dos fabricantes e resoluções dos órgãos reguladores, têm sido incrementadas pelas práticas obtidas no decorrer da Pandemia, que até então eram desconhecidas, já que assim como para o tratamento clínico de uma nova doença, as novas variações da manutenção devem ser adequadas para suportar corretamente as terapias implementadas.

E assim como os médicos e enfermeiros, os manutentores estão se adaptando rapidamente a estas novas necessidades de acordo com a evolução do conhecimento e exigências específicas.

Por fim, quero lembrar que há muito mais gente trabalhando para superar essa crise de saúde que nos assola. Portanto, além dos agradecimentos e reconhecimento aos médicos e enfermeiros, lembre-se que há engenheiros, eletricistas, oficiais de manutenção e tantos outros profissionais trabalhando arduamente para que a saúde da nossa população seja rapidamente restabelecida.

PARABÉNS A TODOS ELES!