Todos os dias, em várias situações, você é obrigado a lidar com as taxas de juros. Seja o noticiário comentando sobre a Selic, seja fazendo compras, pedindo um empréstimo, sempre a bendita taxa de juros irá surgir.
Mas você sabe o que é a taxa de juros? Sabe para que elas servem? Continue lendo que vou tentar esclarecer esses pontos.
O Preço do Dinheiro
Definindo de forma resumida, a taxa de juros é o preço do dinheiro. Assim como qualquer outra coisa, no mercado financeiro o dinheiro é um produto, e a taxa de juros é o preço que você paga para obter aquele dinheiro.
Então sempre que uma pessoa ou empresa empresta dinheiro para outra pessoa – ou empresa – ela precisa cobrar uma remuneração sobre esse valor emprestado. Se ela não fosse ganhar nada com o empréstimo, ela não teria motivação nenhuma para emprestar, certo? Era melhor deixar o dinheiro embaixo do colchão.
Isso explica também porque os bancos remuneram investimentos por uma taxa de juros menor do que a taxa usada para empréstimos, financiamentos, cheque especial, cartão de crédito. Os bancos lucram na diferença. Um exemplo simples para ilustrar:
Digamos que você aplicou R$ 1.000,00 no banco, em um investimento que paga 1% ao mês. No fim do período de um ano, você receberá R$ 1.126,83. Enquanto isso, um pequeno empresário foi ao mesmo banco pegar um empréstimo dos mesmos R$ 1.000,00 para investir no seu negócio, com uma taxa de 2% ao mês, para pagar dentro de um ano. Ao final, ele terá pago R$ 1.268,24.
Essa diferença de valores entre as duas operações é o lucro do banco. É com esse dinheiro que ele vai pagar aluguel, funcionários, manutenção, tirar o lucro, pagar impostos, etc.
O nome técnico dessa diferença de taxa de juros usada pelos bancos é spread bancário.
Cobrindo Riscos
Outra variável muito importante na determinação da taxa de juros é o risco de não receber aquele dinheiro de volta. Quanto maior o risco de calote, maior a taxa de juros cobrada.
É por isso que bancos grandes, conhecidos, costumam oferecer opções de investimento com juros baixos, enquanto os pequenos bancos colocam no mercado produtos com taxas maiores. Os bancos grandes tem um risco de quebra, bem menor do que os bancos pequenos.
Dica: é possível conferir a situação de qualquer instituição financeira no Brasil no site BancoData.
O mesmo raciocínio vale para os empréstimos: quanto maior a chance de o negócio dar errado, da pessoa ou empresa dar calote em quem emprestou o dinheiro, maior a taxa de juros. É por isso que geralmente empréstimos consignados e hipotecas tem juros bem menores do que o cartão de crédito, por exemplo. Os dois primeiros são empréstimos que possuem garantias, seja o salário do devedor no caso do consignado, seja o imóvel, no caso da hipoteca,
enquanto a fatura do Cartão de Crédito não tem nenhuma garantia caso o devedor não honre seus débitos.
O risco também explica o motivo de empréstimos para pessoas com “nome sujo” ter uma taxa de juros absurdamente alta: essas pessoas já se provaram mau pagadoras no passado, por isso o risco de emprestar para elas e não receber é maior. Logo, a taxa de juros cobrada também será maior.
Espero que o conceito tenha ficado claro para todos vocês, mas se ainda ficou com dúvidas, é só clicar no ícone do LinkedIn que terei o maior prazer em lhe ajudar.