Vai entregar um empreendimento? Então, não se esqueça de elaborar o manual de uso e operação dos sistemas que o compõem.
Afinal, para que serve o manual de uso e operação?
O referido documento tem por objetivo direcionar, informar e alertar os moradores, síndicos e administradores quanto à periodicidade de realização das manutenções a serem empregues nos sistemas construtivos. E para tanto, esse documento técnico precisa apresentar todas as informações necessárias com uma linguagem simples e de fácil compreensão para leitores que, muitas vezes, são leigos.
Hoje, ao avaliar os manuais que estão sendo entregues no mercado, é possível ver um grande “copia e cola”, por meio do qual muitos optam por pegar um manual “base”, e adotar como verdade absoluta, se esquecendo de que cada obra é única, e por isso, as características, os materiais necessários, e, por consequência, a durabilidade e a garantia podem variar de fornecedor para fornecedor, assim como de método executivo para método executivo.
Outra falha comum durante a elaboração dos manuais de operação é a postergação. Como assim? Muitos engenheiros preferem desenvolver o documento de última hora, nos prazos finais ou, literalmente, na prorrogação do segundo tempo da obra.
Muitas vezes colocam um estagiário para preencher ou repassar as informações, não se atentando às minucias necessárias para a elaboração de um documento importante e responsável por garantir a durabilidade, uso e a garantia de uma edificação.
Existe a máxima que diz que: “a pressa é inimiga da perfeição”, que também é válida para o contexto abordado, pois tudo que é deixado para depois, que não é planejado, demonstra não haver importância, e com isso, terá um falho resultado
Diante de tais problemáticas, é imprescindível que o manual de operações seja elaborado durante as etapas de obra, se atentando aos produtos, aos métodos e aos procedimentos adotados pela equipe de produção.
Além disso, é importante sempre entender qual a garantia dada pelo fornecedor do produto que está sendo adquirido, pois, a depender da época em que o material foi aplicado/usado, a garantia pode se esgotar antes mesmo da entrega do empreendimento, e, assim, torna a construtora como a encarregada por assegurar o funcionamento/desempenho do produto pelo prazo igual previsto como “garantia” descrito no manual.
Para tornar a situação mais clara, explicarei a partir de um exemplo. Um selante da marca x possui a garantia declarada pelo fornecedor de 1 (um) ano, no entanto, a obra optou por vedar todos os rufos nos primeiros meses de obra – faltando ainda 15 meses para sua conclusão – sendo assim, quando o selante for entregue ao consumidor final, a garantia dada pelo fornecedor já terá se esgotado, e qualquer falha relativa ao material será repassado apenas para o construtor. Conseguiu entender? Com isso, se mostra a grande importância de se atentar quanto aos prazos de garantia/durabilidade dos produtos aplicados. Portanto, o manual é uma ferramenta técnica e jurídica de extrema importância, e como tudo que é importante pode impactar diretamente no custo, é necessário cuidado e planejamento. Reforça-se, ainda, a relevância não somente da elaboração, como também da assistência das
informações ao cliente, cujo empreendimento foi confiado ao profissional responsável que deve instrui-lo quanto ao uso e à conservação da melhor maneira possível.