Infiltrações: saiba como derrotar esse bicho de sete cabeças

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Infiltrações: saiba como derrotar esse bicho de sete cabeças

Atuando na engenharia, não é difícil perceber que existe um bicho de sete cabeças quando falamos de edificação; e uma dessas cabeças, certamente, é a infiltração. Afinal, de onde ela vem? Quando começou? Quem é o responsável?

Essas são perguntas frequentemente questionadas entre moradores, síndicos, administradores, e construtores, pois, a infiltração interfere diretamente na habitabilidade e no uso de uma edificação.

Se engana quem pensa que a infiltração ou a falha de estanqueidade apenas assombra os usuários de um imóvel durante a utilização dele. Pelo contrário, essa batalha é traçada desde a etapa de projeto, compra de materiais, execução de obras e assistência técnica.

Por isso, apresento a você a seguir como se prevenir dessas anomalias antes e depois da entrega do imóvel.

Em primeiro lugar, na etapa de projeto é possível eliminar 99,99% das causas de infiltração, sendo que norma da ABNT NBR 9575 e 9574 estabelecem como obrigatória a elaboração de projetos de impermeabilização.

Diante disso, se torna necessário esclarecer que um projeto não é a mesma coisa que uma especificação técnica ou procedimento executivo elaborado pelo setor de qualidade, ok?

O projeto contempla um estudo detalhado da condição em que será implantado o sistema de impermeabilização, considerando todos os sistemas que fizer, ou não interface com as áreas.

Já na etapa de compras de material, se as empresas já pensaram e elaboraram o projeto, você já está com a “faca e o queijo na mão”. Caso contrário, além de não atender a uma premissa normativa, poderá haver falhas na especificação e o não entendimento do comportamento dos materiais, bem como das áreas de exposição e das deformações intrínsecas ao sistema construtivo.

Posteriormente, na etapa de obras, temos alguns pontos que requerem atenção, a fim de evitar infiltrações futuras. Entre eles, o mais importante é o treinamento da equipe técnica de execução e fiscalização.

É necessário comprometer a equipe técnica envolvida no processo, de modo a demonstrar os detalhes executivos, explicando e ensinando sobre a leitura eficiente dos projetos disponibilizados; o preparo das bases e das inclinações para os pontos de ralo; rastreio e controle do armazenamento dos produtos.

E além de todas essas fases de obra, é imprescindível, ainda, tirar a prova, ou seja, comprovar o funcionamento do sistema de impermeabilização por meio de testes de lâmina d`água, devendo inserir balões pneumáticos nas regiões dos ralos.

O teste de estanqueidade não está limitado às áreas impermeabilizadas, ele também pode – e deve – ser adotado para avaliar a vedação de calhas, rufos, tubulações.

Atualmente no mercado temos um produto chamado Yamalux, que é um teste colorimétrico, no qual você adiciona o produto à lâmina d`água, e se tiver alguma infiltração, com o uso de uma lanterna é possível detectá-las de forma pontual.

Por último, na etapa de pós obra e uso, de forma análoga aos testes realizados na etapa de obras pelas construtoras, os procedimentos também podem ser feitos para diagnosticar infiltrações durante a fase de utilização do imóvel.

Assim, por meio do isolamento da área, das tubulações ou das calhas que estão sendo alvo das infiltrações, é possível utilizar os balões pneumáticos e os testes colorimétricos para detectar essa temida anomalia de forma clara e eficaz.

Após cumprir esses passos e definir o diagnóstico por meio de ensaios pontuais e a avaliação visual, será possível determinar os procedimentos de correção, e assim, eliminar o pesadelo de muitos.

Essas são práticas acessíveis, e eficientes, que podem devolver a alegria do seu cliente e a estanqueidade do seu imóvel.