E os nossos imóveis, como estão?

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E os nossos imóveis, como estão?

Quando olhamos para nossos automóveis atualmente e comparamos com aqueles produzidos há cerca de trinta anos atrás, um dos fatores que mais chama a atenção é a quantidade de eletrônica atualmente embarcada neles.

Alarmes e travas comandadas remotamente. Piloto automático. Navegação com GPS. Controle de motor e injeção eletrônica. Sistemas de freios ABS, e muitos outros…

E quando olhamos para os imóveis onde moramos ou trabalhamos. O que aconteceu com eles de diferente nos últimos trinta anos?

Mudanças em princípios arquitetônicos, talvez. Incorporação de alguns novos métodos construtivos também. Preocupações com uso de materiais mais sustentáveis, às vezes. E na incorporação de tecnologias similares àquelas citadas para os automóveis? Praticamente nada, ou muito pouco…

Isto não parece estranho? Nossa casa ou escritório provavelmente tem um valor dezenas de vezes maior que o de nosso carro, além de ser um investimento de longo prazo, onde seu custo de uso e manutenção torna-se extremamente importante.

É notória a baixa velocidade de incorporação de novidades na área da construção civil, em relação às outras indústrias. O próprio processo de “fabricação” de imóveis, dada suas características personalizadas e o seu tempo de maturação não ajudam a mudar este perfil. No entanto, esta visão pode estar com seus dias contados, pois a percepção dos compradores sobre os benefícios esperados em seus novos imóveis está mudando rapidamente.

Incorporadores e construtores que não vislumbrarem a tempo esta questão, podem investir em produtos desatualizados e fadados ao fracasso comercial no médio prazo.

A preocupação dos futuros usuários de um imóvel com os custos de uso e manutenção são crescentes e já chegam a inviabilizar a sua compra. Já ouvimos de diversos agentes imobiliários a alegação de que “vender o apartamento não é tão difícil, o problema é informar ao comprador o valor do condomínio que o espera…”.

Esta questão mostra que a introdução de sistemas de automação residencial e predial em nossas edificações não se enquadra mais somente no quesito “luxo”, ou “sofisticação”. Tudo isto continua sendo objeto de desejo dos moradores, mas os benefícios esperados já estão chegando num aspecto muito mais prático e racional, como a preocupação com os custos condominiais e com a eficiência do imóvel.

São muitos os anseios do comprador de um imóvel novo, e as atuais tecnologias de automação podem responder positivamente por uma boa parte destas necessidades.

No entanto, percebemos que ainda faltam elementos importantes para que esse cenário tecnológico se torne realidade na maioria dos novos projetos. Uma pesquisa divulgada no final de 2015 pelo renomado MIT apontava que:

“Os edifícios devem ser sustentáveis e eficientes. No entanto, os esforços da engenharia em estimar os custos de construção e de manutenção prediais são ainda imperceptíveis”. E infelizmente esta é uma realidade que percebemos ainda intrínseca, até mesmo nos projetos considerados mais arrojados. Ou seja, normalmente a avaliação dos custos incorporados à construção de uma nova edificação são medidos apenas na sua visão imediatista, ou seja, do

seu impacto no curto período que dura o canteiro de obras. Quase nunca se dá atenção ao efeito positivo que este investimento poderia causar futuramente no seu uso e manutenção do imóvel.

Voltando ao comparativo que fizemos no início com relação aos nossos automóveis: alguém duvida que nossos carros hoje sejam muito mais seguros, confortáveis e eficientes do que há trinta anos? Por outro lado, o apartamento onde você mora hoje, se construído há trinta anos, no que se diferencia daquele recém-entregue a um novo morador?

Percebemos que algumas mudanças começam a acontecer, embora de forma esporádica e num ritmo ainda abaixo do necessário. O que então poderia impactar os investidores do mercado imobiliário e acelerar a adoção de sistemas automatizados nos seus próximos projetos?

É preciso um posicionamento mais firme dos agentes influenciadores para que a propagação destas tecnologias aconteça de forma consistente, pois a busca por maior conforto, segurança e economia pelos usuários de imóveis só tende a aumentar.

Que os nossos prédios evoluam na mesma velocidade que nossos veículos.