Na era da informação, muitas pessoas acham que um simples “copia e cola” nas instalações de para-raios é o suficiente para ter a impressão de que está protegido, será mesmo?
Laudos são vendidos de forma fácil nas redes sociais e até mesmo nos sites, aliás, quantos de nós já presenciamos àquelas incansáveis chamadas “comerciais” antes de assistir a um vídeo no Youtube?
Não preciso falar muito, aposto que você já se lembrou de alguns, não é?
Além desta questão, ainda tem muitas empresas que vendem medição ôhmica e colocam isso em suas propostas, falsos relatórios, inclusive com tabelinhas para facilitar a leitura e entender ponto a ponto.
Lembrando que as tabelas fazem parte de um relatório bem elaborado, mas não com algo que a atual norma de para-raios descartou já em 2015 na sua nova edição.
Ao longo dos anos, já comentei que o mesmo projeto arquitetônico de uma edificação sempre terá as suas particularidades, neste caso, vamos nos ater ao sistema da PDA – Proteção contra Descargas Atmosféricas.
Um projeto pode exigir tanto o SPDA, que é o sistema em si, protegendo a edificação e as pessoas ao redor delas, como também a MPS – Medidas de Proteção contra Surto, parte 4 na ABNT NBR 5419, que auxilia na proteção de equipamentos eletroeletrônicos, central de telefonia, dados, monitoramento de segurança, entre outros segmentos.
Para-raios não é tudo igual!
Em alguns casos, pode ser que o SPDA não seja necessário, mas isso dependerá exclusivamente do projeto elaborado junto com o gerenciamento de risco, parte 2 da referida norma.
Da mesma forma que uma obra não exija tal instalação, o que de fato pode acontecer.
Outra questão muito abordada por clientes, é me perguntar quanto sai um sistema de para-raios, pois ele precisa colocar na casa dele, no escritório, empresa ou condomínio, mas o correto é sempre fazer a outra pergunta: “Você já tem o projeto em mãos?
Este é, e sempre será o princípio de tudo.
Vamos pegar como exemplo a cidade de São Paulo como base, a construção de um prédio, com 20 andares, dois subsolos e 04 apartamentos em cada nível não terá o mesmo gerenciamento de risco que um prédio construído no interior da capital paulista, há fatores que precisam ser detalhados, e não será também de forma simples que você terá estas informações, é necessário um bom software para que isso aconteça de fato e não se venda o “copia e cola”.
Já recebi diversos projetos para elaboração de proposta comercial, ou acompanhar sua obra, onde se trocava apenas o endereço ou a disposição de cada prédio na planta, mas outro detalhe importante que era observado, é que em nenhum deles havia as medidas de proteção contra surto, nem mesmo no quadro de entrada principal, nível I de proteção.
Cuidado com descidas estruturais
Por mais antiga que seja a construção em alvenaria estrutural, que era realizado na antiguidade, bloco sobre bloco, muitas pessoas já se deram conta que em alguns prédios sempre há uma advertência dizendo: “Prédio construído em alvenaria estrutural; não retirar paredes!”
Se todos resolverem mudar suas estruturas assim que pegam as chaves do novo apartamento, o risco de colapso é grande.
Infelizmente, no setor de para-raios há muitas instalações com subsistemas de descidas sendo conectadas aos vergalhões do prédio, sem a devida cautela em analisar de fato como elas estão interligadas.
Síndicos ou compradores de construtoras buscam instaladores como se o primeiro fornecedor fosse o mais idôneo de todos, onde o menor preço sempre “deve prevalecer”.
Buscar economia desta forma, acaba por realizar instalações ineficientes e inseguras, onde o maior prejudicado sempre será a sociedade.