Antes de mais nada, preciso esclarecer que este texto sairá do padrão até o momento estabelecido, afinal, não há como fazer engenharia apenas com opiniões e conceitos rasos, então, vamos nos aprofundar?!
Dando continuidade à nossa série de artigos sobre o bicho de sete cabeças da construção civil, hoje abordaremos sobre uma das cabeças mais temidas. Sabe qual é?
Sim, ele mesmo, o selante.
Quando falamos deles, é importante destacar sua atuação em diferentes interfaces nos sistemas construtivos.
Diante disso, o meu objetivo maior é que vocês entendam um pouco mais sobre esses materiais, e, assim, tomem decisões não apenas comerciais – ou seja, priorizando somente o preço do material – como também decisões que abranjam questões técnicas intrínsecas a cada produto.
Primeiro, vamos entender o que são os selantes, os mastiques, os silicones e os PU’s. O que são esses materiais?
Via de regra, são na verdade o mesmo material. Isso mesmo!
São polímeros termofixos, ou também conhecidos como termorrígidos, da classe dos elastômeros, que são materiais inicialmente pastosos, e que se transformam em borracha após a cura.
Uma curiosidade em relação à cura do material é que não é possível precisar o tempo certo da sua ocorrência integral, haja vista que a umidade do ar, assim como a espessura da junta são fatores que contribuem para uma cura mais rápida ou mais lenta do produto. Além disso, outro fato interessante que envolve a cura é que o selante só apresentará aderência ao substrato após a completa cura do material.
Os selantes podem ser monocomponente ou bicomponente, e o foco principal é evitar a passagem de água, ar e sujeira.
Os selantes são classificados em dois tipos: orgânicos e inorgânicos.
Os selantes orgânicos são polímeros que possuem carbono em sua cadeia principal, ou seja, é o carbono o componente responsável por suportar a cadeia do material. Já os selantes inorgânicos são polímeros que partem de manômeros sem carbono em sua cadeia principal (selantes a base de silicone).
Para além de suas características, é importante entender as vantagens de cada tipo de produto, de maneira que esses atributos sejam um balizador para a escolha do material a ser aplicado nas obras, reformas ou retrofits.
Vantagens dos selantes orgânicos
- Excelente memória elástica;
- Polímero que permite grandes variações de formulação (materiais que são possíveis de sintetizar);
- Possível de ser formulado como adesivo (união de dois substratos);
- Pode ser usado para aplicação em pisos;
- Em vedações estáticas, pode aceitar pinturas acrílicas;
- Pode ser formulado para se aderir em inúmeros tipos de substrato.
Vantagens dos selantes inorgânicos
- Flexibilidade em baixas temperaturas, mantem memória elástica por anos (comum em países frios, câmaras frigoríficas)
- Aplicações estruturais para ambientes internos e externos na presença de energia U.V;
- Tem boa estabilidade térmica, ou seja, não amolecem ou enrijecem em altas temperaturas;
- Não são afetados por raios UV (a energia não é suficiente para romper a ligação química).
Por fim, agora que você já conhece um pouco mais sobre os componentes, o funcionamento, os tipos e as vantagens dos selantes, cabe ao engenheiro adequar a escolha mais apropriada do produto à sua necessidade.
Ainda tem alguma dúvida quanto a esse produto? Gostaria de saber mais? Então não perca os próximos textos sobre o material e outros elementos que são considerados o bicho de sete cabeças da construção civil.