O conceito habitualmente utilizado para definir os sistemas de Automação Predial, está sofrendo uma mudança considerável nos últimos anos. A evolução da tecnologia começa a reduzir o impacto do hardware necessário dentro da edificação.
Mas, será que de alguma forma, essa evolução pode causar o desaparecimento dos BMS (Building Management Systems)? Sistemas mais complexos e que utilizam equipamentos com grande capacidade de processamento?
Com toda certeza não, esses sistemas são cruciais, principalmente em grandes instalações. Eles são os responsáveis pela operação e controle de sistemas hidráulicos, climatização centralizada, sistemas alternativos de energia, iluminação de ambientes, e assim por diante.
No entanto, existe uma infinidade de edifícios que não se enquadram nesta classificação e que “estão à deriva”, ou seja, não contam com sistemas eficientes para operação, como escolas, igrejas, clínicas, redes de lojas, restaurantes, academias e assim por diante.
Quando pensamos desta maneira, passamos a identificar quais são os problemas operacionais mais relevantes na gestão de cada um destes negócios. E então, é possível perceber como as novas tecnologias de automação podem ser aplicadas em cada situação.
Uma rede de lojas, por exemplo, pode desejar um controle unificado das instalações, estabelecer padrões de iluminação e climatização. Obter dados relevantes oriundos de cada loja para gerar relatórios comparativos.
Estamos indo além da automação, e essa ampliação no conceito faz parte da mudança expressiva que está ocorrendo.
Incluir itens como sonorização ambiente, exibição de imagens pré-selecionadas, gestão de pessoas e até aspectos operacionais do negócio, “tudo no mesmo cardápio” dos gestores, torna as edificações mais práticas e eficientes.
Os gestores podem se manter em seus postos de trabalho, e serão informados sobre qualquer situação relevante que aconteça. Mas, além dos alertas, também terão acesso a uma grande quantidade de dados, que normalmente não estariam armazenados à sua disposição. Sendo assim, poderão elaborar relatórios, estudar aspectos ligados aos custos operacionais, fazer análises comparativas entre edificações utilizadas para finalidades similares.
Mais um aspecto a ser tratado remete à questão da operação e manutenção.
Um dos principais problemas ligados ao uso de sistemas de BMS está na necessidade de manter equipamentos (hardwares) fisicamente presente na edificação.
Já os novos sistemas resolvem esta questão utilizando a nuvem como principal recurso de processamento e armazenagem de informações. Servidores com capacidade dimensionada e níveis de redundância pré-estabelecidos que atuam remotamente e livram as edificações deste desconforto operacional.
E com relação a viabilidade econômica destes novos sistemas de automação e integração? Como se trata de sistemas de fácil instalação, e que operam de forma descentralizada, naturalmente já obtemos duas vantagens: escalabilidade, e um novo formato de contratação,
o que pode envolver o pagamento de mensalidades ao invés de um desembolso significativo como investimento.
Resumindo, os novos sistemas de automação predial, normalmente baseados no conceito de IoT (Internet das Coisas) e Cloud (computação em nuvem), apresentam como características principais as seguintes vantagens em relação aos sistemas atuais:
- Interfaces simples e intuitivas para os gestores e usuários;
- Instalação simplificada, a maior parte do tempo será utilizada na configuração e programação e não na instalação física dos equipamentos;
- Operação e manutenção sem complicação devido ao uso da nuvem como principal elemento de processamento;
- Controle e armazenamento de dados;
- Baixo investimento, comparado com instalações de BMS convencionais.
Portanto, se passarmos a observar nossas edificações através de um novo prisma, ou seja, da utilização efetiva para qual ela se presta, vamos descobrir que problemas aparentemente de difícil solução podem ser resolvidos com sistemas simples de instalar, configurar e operar.
Além disso, como são amplamente baseados em programação e não em hardware, garantem grande flexibilidade de uso, podendo ser facilmente ajustados para diferentes tipos de usuários e gestores.