Você já teve a sensação, de que foi só completar o prazo previsto para a garantia de um determinado produto que os problemas aparecem?
O sentimento inicial é de frustação e um pouco de revolta, sendo agravado quando fazemos o orçamento para corrigir ou reparar o problema e os custos de correção ultrapassam ou condizem com o valor de um produto novo.
A sensação, como consumidor, é que os produtos e serviços possuem vida útil encurtada, e tudo virou descartável, quando para de funcionar, a solução é jogar fora e fazer a compra de um novo.
Pois bem, e esse mesmo raciocínio e sentimento de frustação é visto em proprietários de apartamentos ou casas recém edificadas, visto que a construção apresenta falhas ou vícios onde a única solução possível (na maioria dos casos) é a quebra ou a substituição integral de um determinado sistema construtivo. Então, podemos concluir que há uma lacuna a ser preenchida, tanto para bens de consumo, quanto para imóveis.
Para corrigir essa lacuna nos empreendimentos basta projetar e transformar os produtos e sistemas construtivos em algo manutenível, ou seja, com a viabilidade técnica, financeira e ambiental de manter um bem em condições ideais e irrestrita de uso. Posto isso, as etapas de planejamento e projetos devem prever formas de ampliar a durabilidade de um determinado material ou das matérias primas, para que assim, os consumidores possam usufruir plenamente o produto ou imóvel adquirido.
Essa visão contradiz o perfil de consumo que estamos caminhando, e parece muito fora da realidade, cerca de 3% (três por cento) de toda energia mundial é utilizada na construção civil, e mesmo assim, temos clientes constantemente insatisfeitos.
Então surge a pergunta: – o que temos feito com tudo o que destruímos, para transformar o que extraímos da natureza?
O fato de tudo se tornar descartável e substituível engloba aspectos financeiros, técnicos e ambientais, consequentemente, torna-se uma responsabilidade conjunta de paralisar o ciclo vicioso e destrutivo que estamos caminhando.
Planejar, criar, construir e executar pensando nos aspectos de manutenção de um determinado produto ou imóvel, é arquitetar para um consumo mais consciente, e consequentemente, pensar em todos que podem ser afetados direta ou indiretamente por medidas aplicadas nos dias de hoje.
E claro, diminuir a frustação e sensação do consumidor de que foi enrolado, posto que só bastou a garantia acabar para o problema aparecer.