A aposta do Pascoal

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A aposta do Pascoal

Pascalinos e pascalinas, saudações!

Blaise Pascal é um dos cientistas mais importantes da nossa ainda curta história.

Além de cientista, ele também era filósofo, e deixou algumas obras escritas para a posteridade. Dentre essas obras, encontramos o livro Pensamentos. Nele está contido o texto mais famoso escrito por Blaise, a famosa Aposta de Pascal.

Blaise Pascal

Caso nunca tenha ouvido falar nesse texto, explico do que se trata. Pascal formulou um tratado sobre as possibilidades e as vantagens de se acreditar ou não na existência de Deus, e chegou as seguintes opções:

se acreditar em Deus e estiver certo, terei um ganho infinito;

se acreditar em Deus e estiver errado, terei uma perda finita;

se não acreditar em Deus e estiver certo, terei um ganho finito;

se não acreditar em Deus e estiver errado, terei uma perda infinita.

Pelos argumentos, fica claro que é melhor acreditar em Deus do que não acreditar. As consequências de estar errado neste caso são muito menores do que se não acreditarmos na existência do Senhor.

Mas não escrevo este texto para falar sobre religião, mesmo gostando bastante do assunto.

Aqui eu uso a Aposta de Pascal como um condutor para falarmos do nosso personagem nessa história, o Pascoal.

Pascoal é um jovem rapaz, com seus vinte e poucos anos, que começou a consumir conteúdo sobre educação financeira e investimentos e agora tem muito mais dúvidas do que certezas! Segundo os influenciadores que ele segue, o importante é empreender, investir por conta própria para garantir uma aposentadoria tranquila.

Enquanto isso, os pais do jovem Pascoal insistem que ele deveria terminar a faculdade, procurar um bom emprego e tentar pagar o máximo ao INSS, para garantir uma boa pensão no fim da vida. Só que Pascoal tem muitas dúvidas sobre a sustentabilidade do Instituto Nacional da Seguridade Social, devido às suas constantes reformas e também a evolução da demografia do Brasil.

Ele já leu de diversas fontes que o brasileiro está envelhecendo, e que com isso a forma como o INSS está organizado pode ser insuficiente para pagar os benefícios daqueles que se aposentarem duas ou três décadas para frente.

Podemos usar a lógica de Pascal para ajudar o nosso colega Pascoal:

se investir por conta e o INSS me pagar, terei duas aposentadorias;

se investir por conta e o INSS não me pagar, terei pelo menos uma aposentadoria;

se não investir por conta e o INSS me pagar, terei pelo menos uma aposentadoria;

se não investir por conta e o INSS não me pagar, não terei renda alguma na velhice.

Qual opção Pascoal deveria escolher?

Eu ficaria com a primeira. Investindo por conta, independente do ativo, ele tem controle sobre quanto investe, onde investe, e por quanto tempo investe.

Ao mesmo tempo, ele pode continuar contribuindo para o INSS, e caso o sistema não sofra nenhum grande problema até a sua velhice, ele ainda receberá algum benefício por conta do governo. É o melhor dos mundos.

Mesmo que no momento Pascoal possa investir pouco dinheiro mensalmente, o importante é criar o hábito. E mesmo com pouco dinheiro aplicado todo mês, é possível acumular um capital razoável em virtude do tempo que ele tem pela frente, possibilitando que os juros compostos ajam com bastante intensidade nos seus investimentos.

Ao contrário, se ele não investir por conta e acreditar apenas na suficiência do INSS, pode ficar a ver navios, já que pelo sistema governamental Pascoal não tem muito controle, ficando sujeito as constantes reformas e alterações do sistema.

E você, amigo, leitor, qual a sua aposta para o futuro?